Roteiro
da Vivência da
Fraternidade
Missionária da Infraestrutura
Primeiras,
Terceiras e Quintas quartas-feiras, 19h
Primeiras,
Terceiras e Quintas quartas-feiras, 19h
1º Momento – Todos
juntos
Responsável:
Acompanhante da Extensão ou Missão ou seu Delegado
19:00h – Oração inicial
Acolhida (exemplo):
Acompanhante da Extensão ou Missão ou seu Delegado:
Boa noite! Graça e Paz! Todos sejam bem-vindos ao Discipulado de Jesus Cristo.
Aqui somos todos irmãos e irmãs no seguimento de Jesus, na Graça do Espírito
Santo e no amor da Virgem Maria. Todos já marcaram a sua Bíblia e o Temário. Os
locais da Evangelização dos Siloelitas, Cenáculos e Fraternidades Missionárias
também já estão preparados. Na hora da Palavra de Deus vamos nos dividir para
cada um meditar o seu Temário. Antes rezaremos todos juntos, pois somos um só
Discipulado de Jesus Cristo. Se chegar alguém, não precisa falar com esta
pessoa, pois o Ministério de Acolhida já acolheu lá na porta. Depois da oração
vamos dar Graça e Paz e boa noite uns aos outros e cada um irá para o seu
lugar.
Estamos reunidos + Em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Amém! +
Adoração (exemplo):
Acompanhante da Extensão ou Missão ou seu Delegado
e/ou Ministro de Oração: Adoremos ao Senhor, o nosso Deus: Deus Bendito da
Aliança, Deus de amor, ternura e compaixão, lento para cólera e cheio de
misericórdia, para Ti todo nosso louvor, honra, glória e gratidão. Os anjos e
santos vos louvam e as obras da natureza vos exaltam: Santo, Santo, Santo é o
nosso Deus, nos confins do Universo e na nossa família também. Reina Senhor na
nossa família, e faz a tua obra de cura e libertação. Reina com poder, reina
com amor e salva toda nossa casa, sobretudo os familiares e irmãos mais
necessitados. Glórias a Ti ó Deus Bendito, Pai Amado, Jesus Salvador e Divino
Espírito Santo.
Jesus vós sois o nosso único Caminho, Verdade e
Vida. Nosso Bom Pastor que conduz e protege a nossa vida. Tende misericórdia de
nós e conduz a nossa vida. Ó Divino Espírito Santo, consagramos a Ti toda nossa
vida, projetos e sonhos. Vós sois a nossa Luz no seguimento de Jesus. Vós sois
a nossa a nossa unção e a nossa esperança. Espírito de Deus, Luz Sagrada, Poder
do Alto, Unção Celestial, Fogo Abrasador, Agua Viva, nos ti amamos e a vós nos
consagramos. Vem nosso Santificador, vem Espírito Santo.
Cantemos adorando o Deus Bendito da Aliança com o
cântico número...
420 SENHOR, EU SEI QUE É TEU
ESTE LUGAR Todos querem Te adorar, toma Tu a direção/ Sim, ó vem, ó Santo
Espírito os espaços preencher./ Reverência à Tua voz vamos fazer.
- Podes reinar, Senhor Jesus, ó sim!/ Teu poder,
teu povo sentirá./ Que bom, Senhor, saber que estás presente aqui./ Reina,
Senhor, neste lugar!
- Visita cada irmão, ó meu Senhor,/ Dá-lhe paz
interior e razões pra Te louvar./ Desfaz toda tristeza, incerteza, desamor,/
Glorifica o Teu nome, ó meu Senhor!
Ou
1243 QUERO TE LOUVAR, TE ENGRANDECER E
proclamar tua vitória em mim. Ser todo teu é o meu prazer, Te
seguirei aonde fores senhor.
- Tu és o centro da minha vida. És a razão da minha
alegria, não quero tirar os meus olhos de ti. Quero que sejas o centro senhor.
- Tu és o centro da minha vida. És a razão da minha
alegria. Não quero tirar os meus olhos de ti. Quero que sejas o centro senhor,
Da minha vida.
Súplica ao Espírito Santo (exemplo):
Acompanhante da Extensão ou Missão ou seu Delegado
e/ou Ministro de Oração: Vem ao nosso encontro Espírito Santo, vem em nosso
auxílio, Espírito Santo de Deus. Sede hóspede do nosso coração e Senhor da
nossa vida. Vem Espírito Santo, vem nos ungir, vem encharcar o nosso coração
com a tua paz e a tua graça. Vem Espírito Santo, vem nos saciar com o teu amor
e a nossa vida será júbilo e alegria. Somos teus Espírito Santo. Graça divina,
Poder do Ato, Fogo Abrasador. Nós te adoramos Espírito Santo, nós te
glorificamos. Toma posse da nossa vida, unge a nossa mente, enche o nosso
coração. Vem nos agraciar com os teus dons, carismas e frutos e de santidade.
Nós precisamos de Ti, ó Divino Espírito Santo. Sem o Senhor nós não somos nada
e nada podemos fazer de bom. Em tudo somos dependentes de Ti. Vem Poder do
Alto, vem Espírito Santo. Sede bem-vindo na nossa vida, na nossa casa e em todo
Discipulado de Jesus Cristo.
Cantemos suplicando o Espírito Santo com o cântico
número...
103 EU NAVEGAREI No oceano
do Espírito/ E ali adorarei ao Deus do meu amor. (bis)
- Espírito, Espírito que desce como fogo/ Vem como
em Pentecostes/ E enche-me de novo. (bis)
- Eu adorarei ao Deus da minha vida/ Que me
compreendeu sem nenhuma explicação. (bis)
- Eu servirei ao meu Deus fiel/ Ao meu libertador/
Aquele que venceu.
Ou
106 VEM ESPÍRITO (2x)
Sozinho eu não posso mais (3x)/ Viver./ Eu quero amar, eu quero ser aquilo que
Deus quer. (bis)/ Sozinho eu não posso mais (3x)/ Viver.
Ou
25 QUERO MERGULHAR Nas
profundezas/ Do Espírito de Deus/ E descobrir Suas riquezas em meu coração./ É
tão lindo, tão simples/ Brisa leve, tão suave, doce Espírito/ Santo de Deus./
Tão suave, brisa leve doce Espírito/ Santo de Deus.
Suplicamos numa só voz:
Acompanhante da Extensão ou Missão ou seu Delegado:
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o
fogo do vosso amor. Enviai, Senhor, o vosso Espírito, e tudo será criado. E
renovareis a face da terra.
Oremos: Deus, que instruístes os corações dos
vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas
as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre da sua consolação. Por
Cristo Nosso Senhor. Amém.
Jesus, Maria e José, minha família vossa é!
São Paulo, rogai por nós!
19:30h – Graça e Paz
Acompanhante da Extensão ou Missão ou seu Delegado:
Boa noite mais uma vez, de um modo especial para quem chegou no momento da
oração inicial. Demos Graça e Paz uns aos outros e cada um irá para o seu lugar,
com a sua Bíblia e Temário já marcados.
7 COMO É BOM A GENTE Se
encontrar/ Aqui neste lugar/ Onde dois ou mais estão unidos/ O Senhor está
também/ De repente brota lá no fundo/ Algo que o mundo não tem/ A alegria de
poder dizer/ Que maravilha é ser um filho de Deus.
- Abre teus braços ao Pai de amor/ E vê que Ele te
ama/ Lança fora a tristeza e não olhe para trás/ Sorrir é bom demais/ Sorrir é
bom demais.
- Quem é filho de Deus louva/ Que maravilha é ser
um filho de Deus!
Quem é filho de Deus ama...
42 QUERO TE DAR A PAZ Do meu
Senhor, com muito amor!
- Na flor vejo manifestar/ O poder da criação/ Nos
teus lábios eu vejo estar/ O sorriso de um irmão/ Toda vez que eu te abraço/ E
aperto a tua mão/ Sinto forte o poder do amor/ Dentro do meu coração.
- Deus é Pai e nos protege/ Cristo é vida e
salvação/ Santo Espírito Consolador/ Na Trindade somos irmãos/ Toda vez que eu
te abraço...
43 SENHOR É BOM ESTÁ AQUI
Reunidos aqui, neste lugar/ Envia sobre nós Teu Santo Espírito/ E ajuda nossa
vida renovar.
- Guia-nos Senhor nos Teus caminhos/ Revela-nos
Senhor, Tua vontade/ Pois sem Ti não somos nada (2x) / Nossa força vem de Ti
Senhor.
- Senhor que bom estar aqui/ Celebrando contigo a
unidade/ Envia sobre nós Teu Santo Espírito/ Pra vivermos Sua vida de verdade.
2º Momento –
Separados por Grupos de Evangelização, Cenáculos e Fraternidades Missionárias
Responsável:
Evangelista ou Discipulador ou Articulador
19:35h – Meditação Orante da Palavra de Deus e
partilha do tema da semana.
Evangelista ou Discipulador ou Articulador: Após
termos rezado todos juntos, este é o momento de cada organismo aprofundar o seu
Temário separadamente. Todos já marcaram a sua Bíblia e Temário. Podemos
permanecer sentados como discípulos e discípulas na companhia de Jesus, em
clima de oração para fazermos a Meditação Orante da Palavra de Deus e a
partilha do tema da semana. Só o nosso irmão... vai ficar em pé e ler a Palavra
de Deus com voz firme, calma e clara. O texto bíblico está indicado no Temário,
na página...
622 SANTO LIVRO! SANTO
LIVRO! Louvado seja Deus por seus autores./ Louvado seja Deus por seus
leitores./ Santo Livro! Santo Livro!/ Santo Livro que me ensina a contemplar./
Santo Livro! Santo Livro!/ Santo Livro que me ensina a caminhar./ Quem te lê
com amor e com fé, Santo Livro, certamente viverá melhor./ Quem te estuda
querendo aprender, Santo Livro, saberá caminhar, saberá.
Acompanhemos a leitura da Palavra de Deus pela
nossa Bíblia.
(O Leitor proclama a Palavra de Deus direto da Bíblia
Católica impressa, preferencialmente a Bíblia Pastoral. Não ler pelo celular!)
(O Evangelista ou Discipulador ou Articulador prega
a Palavra de Deus com autoridade unção, voz alta, firme e clara. Sempre em
sintonia com a Palavra de Deus e o tema da semana. Cada Siloelita/Discípulo
receba o folheto com os Pontos da Pregação/Formação a seguir.)
Texto bíblico para Meditação Orante da Palavra de
Deus: At 1, 1-11
ATOS DOS APÓSTOLOS
O livro Atos dos Apóstolos retrata o nascimento e
crescimento da Igreja impulsionada pelo Poder do Espírito Santo. Neste livro
encontraremos um testemunho de como o Espírito guiou a Igreja segundo a vontade
de Deus frente aos desafios do cristianismo nascente. É muito importante,
salientar a princípio que não esperamos, todavia, encontrar nos Atos uma
perfeita narração de fatos segundo um esquema muito bem elaborado, inclusive
entre as teses de origem deste livro o que mais se aceita é que ele tenha sido
escrito com o intuito de fornecer uma pregação que formasse a origem apostólica
da Igreja para as comunidades nascentes, então este libro é muito mais a
pregação da Igreja do que um elaborado esquema teológico ou epistolar. Eis o
caminho para compreendermos melhor este livro das Escrituras: ler tendo em
vista que reflete a Igreja nascente em suas dificuldades que procura afirma-se
em sua origem, o testemunho de Pedro e Paulo.
Este livro é atribuído ao mesmo autor do terceiro
Evangelho, o médico Lucas, companheiro de viagens de Paulo. O primeiro caminho
que nos leva a tal identificação é a comparação entre os dois prólogos: Lc 1,
1-4 e At 1, 1-5. A variação de pronomes entre a terceira e primeira pessoa
indicam que próprio autor parece passar a fazer parte da expedição de
evangelização de Paulo, nós vemos estas variações nas passagens: 16, 10; 20,
5-15; 21, 1-18; 27, 1-28, 16. A data da composição, conforme sugere o prólogo,
é posterior a do Evangelho, logo podemos situá-lo por volta dos anos 80 dC., 10
anos após o Evangelho.
Na composição deste livro dois pontos se tornam
muito claros para uma primeira leitura: as ações de Pedro e de Paulo. Versando
sobre estes dois apóstolos é desenvolvida a narração da origem da Igreja.
Podemos dividir em dois grandes blocos este livro: 1-12 (tendo em foco mais a
figura de Pedro e 13-28 (voltando para Paulo).
Outra característica muito importante desde livro
estão nos grandes discursos pronunciados durante a narrativa. Encontramos
grandes ensinamentos que certamente orientaram a Igreja sobre o seu caminho e
sua doutrina. O mais conhecido destes discursos é o discurso de Petencostes,
onde Pedro, cheio do Espírito Santo, anuncia o que nós damos o nome hoje de
“Kerygma”, palavra grega usada para indicar a pregação primeira da Igreja.
Após o prólogo no capítulo primeiro, encontramos a
narrativa da ascensão. É muito importante compreendê-la bem dentro do sentido
de toda a obra do livro dos Atos, pois esta passagem indica todo o sentido da
Obra e gera uma linha comum para toda a Obra. A ascensão é a ligação entre o
Evangelho e o livro dos Atos, onde os dois se encontram e ocorre certa
continuidade. A mensagem de Cristo aos seus Apóstolos é de esperarem a “força
do alto”, que indica o Espírito Santo motor de toda Evangelização nos Atos, que
impulsiona a Obra desde Jerusalém até os confins da terra. Esta linha comum se
mostra na evangelização dos judeus e dos gentios, iniciando com a fundação da
Igreja em Jerusalém e terminando em Roma, confins da Terra para o mundo Romano.
Este prólogo, desta forma, garante a linha comum em todo o livro, unido a Obra
dos dois Apóstolos dentro do sopro do Espírito Santo.
Após esta introdução teológica o autor apresenta a
origem da Igreja com a narrativa de Pentecostes. A Igreja é sinal da unidade
entre todos os povos, a descrição de Pentecostes segue uma linha de
interpretação teológica dos fatos, interessando ao autor revelar os fatos
dentro de uma perspectiva. O milagre de Pentecostes é colocado em oposição à
narrativa do Antigo Testamento de Babel, é difícil precisar sobre a variedade
de povos e línguas, Lucas parece querer indicar a ação universal da Igreja.
Logo após a narrativa de Pentecostes a Igreja
caminha no Poder e na ação do Espírito. Os milagres operados pelos apóstolos
testemunham esta dimensão carismática da Igreja (carismática = no Poder do
Espírito), e cresce a cada dia os que abraçam o “caminho” (antiga denominação
da Igreja).
A perseguição que encontramos descrita neste início
que leva a prisão Pedro e João, sendo submetidos a açoites, é uma perseguição
mais restrita oferecida pelos líderes judeus. Ele interpretam o cristianismo
como um perigo ao judaísmo e perseguem e matam os líderes cristãos. Esta crise
conhece seu clímax no apedrejamento de Estevão. Por outro lado este
acontecimento resulta no grande motor de evangelização da Igreja, pois os
perseguidos saem evangelizando em várias regiões fundando comunidades. Neste
ínterim nasce a Igreja de Antioquia, uma das mais importantes da Igreja
primitiva.
O apedrejamento de Estevão é também muito
importante por que vemos aí, pela primeira vez, aparecer Paulo, exalando ódio
contra a Igreja. Um perigo é pensar que as perseguições neste período são
generalizadas e oficiais, na realidade o que ocorre é uma grande afronta por
parte dos judeus. Porém, a Igreja existia livremente e os discípulos
evangelizavam a “céu aberto”. As perseguições oficiais só virão depois com Nero
e os imperadores seguintes.
A partir do capítulo 13 o livro volta-se para Paulo
(sua conversão é narrada em At 9, 1-19). Ele em suas atividades apostólicas
passa a ocupar o centro das narrativas. Este restante se divide nas 3 viagens
apostólicas e na viagem do cativeiro que culmina com Rom sendo o Evangelho
proclamado de Jerusalém (início do livro com Pentecostes) até os confins da
terra (Roma o cativeiro de Paulo que continua seu serviço mesmo que preso).
Não estudaremos muito esta segunda parte do livro,
nos voltaremos para um estudo da pessoa de Paulo, partindo do que nos fala
Lucas nos Atos e do que o próprio Paulo declara em suas cartas. Conhecer Paulo
é de fundamental importância para conhecer suas cartas, e isto não é uma tarefa
das mais difíceis, pois devido ao seu forte gênio ele deixa registrado os
traços de sua personalidade.
primeiro passo está em saber de onde vem Paulo, ou
seja a sua formação: tomemos o Apóstolo ele fala de si mesmo em Fil 3, 4-16.
Comentemos este texto:
Paulo de fato possui muitos motivos na carne para
ufanar-se, em nenhuma outra carta ele enuncia tantos títulos como aqui… Ao
dizer-se hebreu, filho de hebreus ele evoca sua pertença ao povo eleito, em
outras partes já havia declarado como as promessas de Deus são pertença ao povo
eleito, em outras partes já havia declarado como as promessas de Deus são
irrevogáveis (cf. Rom 9, 1-5). Sendo fariseu, Paulo toma a maneira mais radical
de irrevogáveis (cf. Rom 9, 1-5). Sendo fariseu, Paulo toma a maneira mais
radical de vivência do judaísmo, pois esta seita trazia a marca de ser a mais
radical na observância dos menores detalhes das Lei. De fato ele podia dizer:
Quanto a lei irrepreensível, pois o era…
Paulo foi formado em Jerusalém na escola de
Gamaliel, notável fariseu de sua época, algo muito invejável visto que muitos
jovens deixavam suas casas em busca de conhecimento junto aos grandes mestres
(cf. At 22, 3). De família com certa posse, conseguiu a cidadania romana por
nascimento, o que lhe rendia vários direitos como cidadão protegido pela chamada
“Lex Porfia”, conforme vemos em At 16, 37; 22, 25-29.
Encontramos desta forma em Paulo um grande homem:
muito bem formado quanto as tradições judaicas, de cidadania romana que lhe
valia grande prestígio social, conhecedor das Escrituras, adepto da observância
mais radical das Leis e cheio de zelo por Deus… Mas havia um grande problema:
tudo isto estava orientado ao orgulho e não a Deus. Para compreendermos bem o
coração deste grande apóstolo devemos entender o que foi a sua conversão. Para
estudarmos o que aconteceu a caminho de Damasco nos basearemos nos textos de At
22, 6 e 26, 4-16.
Nestas duas passagens ouvimos da boca do próprio
Paulo variantes de sua história de conversão e podemos perceber um ponto muito
importante: ao falarmos de conversão de Paulo não estamos falando de uma
mudança de mentalidade mundana para uma vida religiosa, mas de uma autêntica
mudança de mentalidade (palavra grega = metanoia). A grande mudança certamente
não a encontramos numa simples troca de bandeiras ou de culto (isto, é claro, é
uma conseqüência natural), o que de fato há é uma mudança de maneira de
enxergar as coisas. O centro das duas narrativas está na luz que vem do alto e
o revela a cegueira… Podemos entender então como uma lua que brilha nas trevas
do homem Paulo para fazê-lo sair de seu engano, de sua cegueira absoluta. Deus
ao brilhar a sua luz na vida de Paulo o faz perceber que toda a sua luta na
realidade era sua maneira de pensar sobre Deus, daí que Jesus não se apresenta
condenando as atitudes do apóstolo, mas lhe diz: “Porque me persegues?”- que
podemos entender muito bem como: “Vê que ao voltar-se contra estes é a mim que
persegues e a ti que cultuas. Este seu zelo é por ti, és cego…”
Este evento a caminho de Damasco foi decisivo para
a transformação deste homem de Deus, pois o Senhor manifestou-se revelando a
ferida e convidando a receber dele a cura… Paulo pode muito bem experimentar
assim de uma intervenção poderosa e gratuita do Senhor que o convida das trevas
à luz e a salvação. Uma palavra no Novo Testamento é praticamente definida em
seu sentido por Paulo: CHARIS = GRAÇA! De todas as vezes que a encontramos no
Novo Testamento 90% estão nas cartas paulinas (nestas seu sentido quer indicar
acima de tudo a intervenção poderosa e gratuita de Deus pela salvação dos
homens…) fazendo-nos perceber como ele fora marcado pela forte experiência do
Amor gratuito de Deus. Esta palavra entendida à luz do evento de Damasco
torna-se então a grande marca da espiritualidade paulina que passa tudo
considerar então como nada se comparado a este Deus tão grande e tão bondoso.
Se Deus o arranca das trevas ele devia responder a este amor de Deus com toda a
sua vida.
Partindo deste ponto entenderemos muito melhor por
que era tão importante para Paulo lutar contra a questão judaizante, ou seja,
era incompatível esperar receber de Deus graças por méritos alcançados por uma
prática de tradições… Era negar a intervenção de Deus na sua própria vida!
Paulo se levanta com a força de quem havia experimentado em si a gratuidade do
amor e a ação da graça.
Quando mais tarde é forçado a defender a
autenticidade da sua pregação se vale da ação gratuita de Deus que o fez
apóstolo (cf. Gal 1, 11-20). Era insustentável para Paulo um homem querer
justificar-se pela força da Lei, pois encontrava em si as feridas do pecado,
ele sabia muito bem das trevas que estava imerso o homem e só podia libertar-se
com a ajuda da Graça.
É muito importante entender que Paulo reconhecia
sua condição de pecador, o texto de I Cor 15, 6-10 fala-nos de como Paulo
reconhecera sempre o que Deus fez em sua vida. Ler este texto à luz de Gal 2m
15-17 que indica uma visão desta ação divina em todos os homens.
A sua experiência o lançava na comunidade, pois
este Deus que lhe aparecera o chamou a ser apóstolo (como vemos nas cartas aos
Gálatas e aos Coríntios, principalmente). Eis o mistério do homem novo nascido
em Cristo! Todo homem é pecador, judeu ou gentio, ninguém pode ser justo diante
de Deus, mas o homem é justificado em Cristo Jesus pela graça. Confira este
mistério e como lançava na comunidade partindo do texto de II Cor 5, 14-6,1.
Por fim façamos uma consideração ainda sobre Paulo:
ele era um homem apaixonado por Deus e pelos irmãos. Pelo que vemos nas cartas
e nos Atos, podemos deduzir Paulo como um homem de grandes sentimentos e
grandes expressões de afeto e de raiva. Porém um texto nos salta aos olhos
quando fala sobre seu amor a Deus e a comunidade: Fil 1, 1-2, 4. Em especial se
consideramos os vers. 8 e 23 do primeiro capítulo. Em Fil 1, 23 Paulo declara
seu amor apaixonado por Cristo muito maior do que qualquer coisa que possa ter
na vida e para isso usa um termo muito interessante em grego: “EPITIMIA”. Este
mesmo termo ele usa em Col 3, 5 para falar de paixões carnais, sendo assim ele
não reclama para si unicamente um amor idealizado por Cristo, antes um amor
forte e presente em seu corpo, um amor apaixonado, um desejo que o faz arder
por Cristo… e ao falar da comunidade no vers. 8 usa a variação “EPIPOTHU” que
indica seu grande amor igualmente apaixonado pelos homens.
Paulo é um homem apaixonado por Deus e pelos
homens, um homem de grande amor humano e real, arde por estar com Cristo e
sente desejo de enquanto viver nesta vida estar com os irmãos. Este amor pela
comunidade encontrava raiz em sua imitação profunda de Cristo: “Tende os mesmos
sentimentos de Cristo Jesus…” (Fil 2, 3).
Como Paulo podemos rezar com uma expressão muito
simples, mas que indica muito bem a sua luta e seu desejo: “Já não sou eu que
vivo, é Cristo que vive em mim!” (Gal 2, 20).
Para
refletir em nosso Apostolado:
- Por que demoramos em atender
ao chamado de Jesus?
–
Você acredita mesmo na Palavra de Jesus?
–
O que você tem esperado acontecer para assumir a missão que o Senhor lhe
destinou?
–
O que você tem deixado para depois?
Fonte: Escola de formação Shalom
Texto adaptado: Francisco Silva –
Conselheiro Geral do Apostolado da Infraestrutura
Mãos e coração a Obra DJC!
Encaminhamentos:
1 - Diariamente rezar o Ofício Divino da Palavra de Deus pela
agenda;
2 - Contribuição Fiel Mensal - Ajude a sua Extensão ou Missão a
manter a Sede de evangelização bonita, organizada e limpa;
3 - O articulador fazer a vistoria semanal, o DJC é a escola de Jesus;
4 – Rezemos pelo retiro do apostolado da Infraestrutura.
Att,
Francisco Silva - Conselheiro Geral do Apostolado da
Infraestrutura
GRAÇA e PAZ!!